sexta-feira, 31 de maio de 2013

Ainda que...

Depois de uma boa tarde de sexo, até dá pra sentir orgulho das marcas no corpo. Fui tomar banho e reparei que em cada pedacinho tinha um roxo deixando por ti. Eu até parei pra pensar que poderia ficar por aqui mesmo, terminar a minha vida enroscada na sua. O problema é que sempre tem problema, tem coisas pra poder pensar, piá, e tu sabes que é mais difícil pra ti do que pra mim. De mim, todo mundo já sabem e de ti só desconfiam. Melhor deixar as coisas como estão, não passar dessa parte. Vamos dizer que... Ainda que eu tenha transado contigo pensando em outro, ainda que eu estivesse te beijando e desejando outro, ainda que tu não fosse esse máximo que tu és , eu estaria pensando em outro. Os cabelos que eu segurei eram loiros, as mãos eram de dedos compridos e frios. Desculpa gato. Nós somos muito lindos juntos, mas eu não quero te enganar. Eu to querendo fazer com outro, e não culpa sua, nem minha, nem do destino; das circunstancias eu diria.

Sabe, não chora, não vamos chorar, mas eu acho muito uma falta de consideração continuar assim contigo. Eu vou superar, e tu também. Eu vou superar ambas as coisas: estar afim dele e terminar nessa de estar contigo. A gente pode se dar a mão qualquer outra hora, e se usar, mas me espera primeiro superar e só parar de pensar em estar com ele e fazer essas coisas a mais.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Simbiose

sim.bi.o.se. s.f. bio. associação de dois organismos que vivem juntos, com beneficio de ambos ou de apenas um deles. ~ simbiótico adj.

Eu tava até com medo de te dizer que tava com medo do medo de confiar muito em você  logo de primeira. Nessa frase com tantos medos não era diferente da minha vida, nem da sua e aposto que nem da vida de ninguém que pode um dia ler isso. Hoje eu fui pra escola com a ideia da cabeça, a descoberta da América e todo o mundo, pensando no que teria acontecido pra gente ter se cruzado de supetão. Não pela rua, nem pela esquina, nem pela janela da minha casa (ou da sua), nem mesmo por uma troca de olhas repentinos de quando a gente repara muito em alguém que é tão bonito que não dá pra parar de olhar. Mas depois tu me contou tudo aquilo, estampou na minha cara o que não queria ser, até que eu parei de dizer, tentar olhar, falar que tu é meu amigo porque a gente tem tantas coisas em comum que quero estar contigo. 
Aquela coisas de filmes americanos que a gente vê todo o dia na sessão da tarde e em um monte de série, sabe? quando todo um grupo de amigos se espanca na rua por causa de outro e odeia as mesmas pessoas por motivo de um só. Era tipo assim, era a cor do cabelo, a cor dos olhos, as musicas; as coisas que não variavam muito, as coisas que as pessoas não faziam mais tanto o meu estilo. Sabe, baby, eu andei me perdendo por aí por algum tempo, e é pra tu guardar segredo que tu já sabe mais do que meu pai sobre a minha vida, okay?
Eu andei preocupado contigo, sobre o que eu diria sobre tudo aquilo porque eu achei tão forte que achei que fosse essa coisa de morar no Sul. Tu acaba tomando um arzinho mais frio na barriga e já acha que o mundo vai acabar, mas na verdade, a temperatura daqui é assim mesmo, fica entre 18 e 15, tenho certeza, não importa o que o climatempo diga. Ninguém repara, mas eu ligo. Em São Paulo era 25 pra mais. Daí a gente pega uma brisa dessas e se acha numa geada, o catrina podia estar vindo, era neve, alguma catástrofe geografia daquelas que eu só ouvia acontecer por aqui (mesmo que seja só uma balada desabando). Mas não, boy. Era a gente ficando velho e essas experiencias dando mais medo do medo de não dar certo. Medo de não entrar na faculdade, ficar sozinho, morrer, se machucar de novo.... e sabe-se lá Deus mais o que mais!
Mas não é? Que a gente não deveria estar pensando em nada disso que eu penso sozinho e eu te agradeço por isso. Assim, eu chego cansado e sem mais nada pra fazer, eu vejo X e LOG de alguma coisa por toda a parte, eu vou enlouquecer, mas daí tu entra e a gente dá boas risadas sobre como esse povo é tosco e como  gelinho derrete. E quer saber mais de uma coisa? não sei mesmo se vou falar pra tu que escrevi isso pensando em ti, porque vai que fica estranho e parece mais uma das minhas recaídas porque tu é bonito demais (risos - tipo, muitos risos), e se tu ler, eu sei que tu vai saber que é pra ti.
Beijos demais pra essa amizade que só me fortalece. E como diz no poema triste (e que eu uso de forma bem feliz, afinal!) que eu li no livro de literatura: "que não seja imortal, posto que é chama / mas que seja infinito enquanto dure". 


um dia eu vou ver nossa foto junto no álbum que tu tem com as suas amigas, e a legenda vai ser fantástica

quarta-feira, 17 de abril de 2013

É de mim querer estar num lugar e em outro ao mesmo tempo. Como os vizinhos do 44 que ainda não saíram da minha mente como saíram da sua leitor. Ainda que depois de muito tempo, eu sei que nunca poderei escrever da mesma maneira como aquela mudança na minha vida foi necessária. Não mudei apenas de estado, mudei de vida. Não mudei de nome, melhorei a minha personalidade. E isso vem, ao longo desses anos que passei fora, me ajudando mais que as outras coisas. Ainda mais do que escrever, acredite.
Eu voltei, para as novas roupas velhas, escrevendo ainda como um menino exagerado e barroco (eu nunca escrevi bem), mas tentando mostrar através do que restou o que é que ainda sobra de mim. E o que sobre é toda essa parte que eu não vivi por não conseguir estar por perto e nem por aqui. Perdoem-me o atraso  eu nunca achei que fosse passar tanto tempo e ainda assim as pessoas lembrassem de mim como se eu não tivesse partido.